Os artistas foram os principais atores nas denúncias de em qual situação política estava o Brasil, com shows e festivais que atraiam cada vez mais gente, utilizavam da arte para expor a realidade e chamar pessoas à engrandecerem o movimento pela redemocratização, pois juntos podiam mais. Os festivais de música revelaram compositores e interpretes das canções de protesto. Com o AI-5 (1968), as manifestações artísticas são reprimidas e seus protagonistas, na grande maioria, empurrados para o exílio.
Porém, nem todos estavam assim tão engajados nas questões sociopolíticas do País, haviam grupos que estavam se espelhando na onda do rock’n’roll, com uma forte influência do Rei do Rock e dos lendários Beatles. Era a turma do iê-iê-iê , mais conhecidos como a Jovem Guarda, que cantava o amor e sagas adolescentes açucaradas; algumas das quais, eram versões de hits do rock britânico e norte-americanos da época.
Não por acaso, aparições desses grupos tinham quase sempre espaço nos programas de TV, pois tiravam o foco das canções de festivais, que quase sempre tinham o cunho político e de denúncia, estas, acharam mais espaço nas Rádios. A Jovem Guarda representada principalmente por Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa, chegou a ter um programa de TV na Rede Record.
Além da música, eles ditaram moda e comportamento. A crítica não perdoava, apontava como alienados e americanizados, a música e as pessoas que se espelhavam nesse movimento, justamente pela ausência de compromisso com o social e pela falta de nacionalidade. Eram rapazes e moças livres, porque? Porque não iam de encontro ao sistema, iam apenas vivendo outros sentimentos. Enquanto jovens estudantes eram fuzilados e caçados, artistas eram exilados, enquanto na televisão, nas telas dos cinemas, exibe-se a brilhante propaganda "Brasil, ame-o ou deixe-o", os jovens da elite tinham outras preocupações, como fala a canção: “Ah!, Meu Carro É Vermelho, / Não Uso Espelho Pra Me Pentear/ Botinha Sem Meia E Só Na Areia Eu Sei Trabalhar/ Cabelo Na Testa, Sou O Dono Da Festa, Pertenço Aos Dez Mais.”
Luciana de Castro Cunha.
