Eliomar de Lima / Foto: Internet |
Eliomar de Lima, cearense, radialista,
jornalista formado pela Universidade Federal do Ceará (UFC), especialista em
gestão da comunicação, eleito em 2012 um dos 30 cearenses mais influentes
(revista Fale!) , colunista do Jornal O Povo, 29 anos de profissão e auto-intitulado
um viciado em informação, está presente nas mais badaladas redes sociais e com
uma boa quantia de leitores.
Descobriu
sua paixão pela comunicação ainda na adolescência, a partir do amor pelo rádio.
Gostava de imitar locutores e de narrar futebol da periferia, tamanha a
identificação com o gênero. Um erro ao marcar no cartão do vestibular a opção
pelo curso, que segundo o desejo de seu pai seria Direito, selou o início de
uma carreira de sucesso no Jornalismo que hoje completa 29 anos, dos quais 26
atua no Jornal O POVO.Estudou
Comunicação na Universidade Federal do Ceará. Paralelamente, iniciou o curso de
Letras na Universidade Estadual do Ceará, tendo abandonado após dois anos.
Com
tanta experiência não lhe faltam convites para que fique à frente de salas
de aula, porém até hoje o jornalista não aceitou nenhum desses convites por
conta de uma exigência pessoal. Para ele, ser professor universitário requer um
título mínimo de mestrado, título esse que ainda não possui. Por conta disso
ainda não ministrou aulas.
Em relação a polêmica sobre a obrigatoriedade do diploma, disse que tê-lo não é garantia de
emprego, dando como exemplo, colegas que têm o diploma de jornalista, mas que
não teriam vocação para a profissão, erraram na escolha. Afirma,
que profissionais de outras áreas podem colaborar com a comunicação, porém não
são habilitados para exercer o jornalismo. “Eu
não estudei medicina, portanto não posso fazer o trabalho de um médico. Eu
posso fazer uma cobertura sobre o trabalho dele.”
Ele,
que manuseia um smartphone como
poucos, produz conteúdo para as diferentes
plataformas em que atua. Antes desse advento da
tecnologia, para fazer uma matéria, saíam um jornalista, um fotógrafo, um
cinegrafista, vários profissionais distintos para produzir conteúdo para os
diferentes veículos. Hoje, o jornalista tem muitas vezes que ser multimídia,
ele faz a foto, grava o vídeo que ele mesmo pode editar e publicar. Opina que
com isso a exigência em cima do profissional cresceu, “mas o principal não pode faltar, o talento e o amor pelo o que você
vai fazer, se não tiver amor e não tiver talento, a tecnologia não vai adiantar”.
Ao
fazer uma análise sobre o cenário atual do jornalismo no Ceará, com mais ênfase
em Fortaleza, destaca como problemas os poucos veículos de mídia e outro, a
falta de educação. A população não tem a cultura de comprar o jornal, acaba
achando caro o valor por um jornal, ou por uma assinatura anual. Na contramão
disso vemos o grande número de rádios, pois até mesmo o custo de manutenção de
uma rádio é bem inferior ao de um veículo de impresso ou TV, e para a
população o acesso é quase gratuito, basta um aparelho que sintonize a
freqüência. Mesmo assim ele destaca que o principal fator é a falta de
educação, falta investimento como um todo nesse setor. Enquanto
a educação não progredir o jornalismo não vai avançar, “o problema não é a falta de renda porque temos vários emergentes que
compram uma Hillux, mas não compram um jornal.”
Ana Paula Oliveira , Luciana Castro , Eliomar de Lima |
Entrevista concedida no dia 21/11/12 pelo jornalista Eliomar de Lima, para realização de um trabalho na disciplina de História do Jornalismo, da Universidade Federal do Ceará, ministrada pela professora Naiana Rodrigues.
Por Luciana Castro
Ana Paula Oliveira