Era uma Quarta-Feira, vigésimo oitavo
dia de Novembro. Em um daqueles dias que está um sol para cada morador que
realizamos a entrevista com a jornalista e apresentadora Carla Soraya. Formada
pela Universidade Federal do Ceará (UFC), atualmente comanda o programa
vespertino Tarde Livre, na TV Diário. Carla nos recebeu, logo após a
apresentação do programa ao vivo, em um camarim da emissora aonde pudemos
iniciar os trabalhos.
Descobriu a paixão pelo jornalismo
meio que sem querer, afirma. Desde pequena, apresenta um interesse por jornais,
rádio e televisão que, somando-se ao gosto por história, aos acontecimentos que
lhe influenciavam na comunidade e uma dose de curiosidade, ajudaram a trilhar o
caminho da profissão. Mesmo com todos esses requisitos, já cursou outros cursos
como: Administração, Computação e Nutrição, o último, sendo cursado atualmente.
“o jornalismo que me escolheu,
meio que sem querer”
Além de jornalista, Carla acumula a função de chefe do lar, ao tornar-se
mãe. O nascimento foi um dos motivos da mudança de ares no trabalho, passando
de repórter para apresentadora. Depois de comandar os telejornais Globo
Esporte, Jornal do Meio-Dia e Jornal do 10, passou a entrevistadora e
apresentadora em um programa de variedades vespertino. Felizmente, essa mudança
foi tirada de letra e propiciou mais liberdade de horários e mais tempo com a
criança.
Uma peça importante nessa trajetória é sua mãe que se, antes perguntava
o que o Jornalismo fazia, hoje atua como observadora do trabalho da filha,
dando os velhos “pitacos”. O Pai, já falecido, é outra parte desse caminho.
Ele, torcedor ferrenho do Tubarão da Barra, Ferroviário, incentivou muito a
filha quando essa trabalhou como repórter esportiva, logo no início da
carreira.
Em uma análise do cenário
jornalístico cearense o vê em franca expansão, tanto em número de profissionais
quanto de anunciantes. Destaca que cada vez mais os jornalistas já chegam
produzindo conteúdo, enquanto antes um caminho era percorrido até esse momento
crucial de ir para as ruas. Entusiasta da internet, vê com o boom das
redes sociais e da internet uma maior facilidade de arranjar contatos e pautas,
que para serem conseguidas antigamente o velho caderninho de contatos deveria
estar a tiro colo para toda ocasião.
Já finalizando a entrevista, Carla
Soraya se mostrou defensora do diploma, vendo como essencial uma contribuição
acadêmica no desempenho profissional do jornalista. O contato com teóricos da
área contribui para uma maior articulação do profissional e, por consequência,
valoriza o próprio país, dando o devido valor ao ensino universitário, “a
queda de um diploma é acabar com a educação do país (...) Você tem que deixar
de pensar pequeno. O Brasil pensa pequeno demais”, finaliza.
Por Lucas Bernardo e Lia Mota