Em
entrevista coletiva concedida à turma do curso de extensão
Jornalismo de Moda na Web, realizado na Faculdade 7 de Setembro, no
dia 31 de julho, Diego Panassol, cearense de 23 anos, revelou
alguns detalhes sobre o seu trabalho com couro. Estudante de
Marketing e estagiário em um museu de arte, ele extrapolou o
conhecimento fornecido pela Universidade e, há três anos, de forma
autodidata, começou a criar modelos exclusivos de sapatos.
| Diego Panassol, durante entrevista. |
Diego começou a criar os sapatos em parceria com uma amiga e depois continuou no empreendimento sozinho, como está até hoje. Desenvolvendo modelagens únicas para cada peça e optando por uma venda personalizada, ele tem a preocupação de que o seu cliente participe do processo criativo para que o produto final expresse sua identidade, diferente do que acontece em meio à era fast fashion. “Você tem o prazer de desfilar nas ruas e causar muita inveja porque é um sapato único”, brinca.
| Peça exclusiva confeccionada por Diego. |
Durante
a entrevista, Diego ainda falou sobre o seu processo de criação.
Ele explicou que é um “mergulho criativo”, começando por uma
busca pelas especificidades de cada cliente – pensando modelagens,
cores e texturas diferenciadas – e continuando em seu ateliê, com
bossa nova ou rock alternativo como trilha sonora.
Sempre
buscando fugir do caráter rústico que normalmente os produtos
feitos com couro têm, hoje, além dos sapatos, ele também produz
bolsas, tendo feito a primeira para uso pessoal. Diego explicou que muitas vezes suas vendas acontecem dessa forma: ele faz um exemplar para
que ele mesmo possa testar, utiliza suas criações no dia a dia, as
pessoas vêem e procuram saber como podem adquirir. O curso de graduação em Marketing, por sua vez, lhe dá as noções de gestão de marca
necessárias para poder levar o projeto adiante.
| Diego compareceu à entrevista utilizando duas de suas criações. |
Interrogado
sobre o seu processo de capacitação, Diego conta que aprendeu tudo
só, através de pesquisas na internet, e que teve dificuldade para
encontrar as ferramentas necessárias em Fortaleza, sem saber o nome
delas. Por isso, viu que seria necessário usar sua criatividade e
sua sensibilidade para desenvolver seus próprios instrumentos. Tendo
isso como referência, ele critica o fato de hoje a maioria das
pessoas não se interessar por aprender novas técnicas, apesar dos
recursos disponíveis. “A gente acaba que não aprende nada porque
a gente não quer”, comenta.
Texto e Fotos: Gabriela Custódio