segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Jornalismo em uma era capitalista

Postado por Unknown 24.12.12


  No Brasil do século XIX, com a chegada do Rei D. João VI e a família real portuguesa, surgiu o primeiro ensaio da imprensa brasileira. Não como a conhecemos hoje, obviamente, mas ainda há alguns resquícios do jornalismo praticado na época.
  
  As tipografias só foram autorizadas no Brasil após a chegada da família real em 1808. Antes, elas eram proibidas na colônia, pois não era conveniente para o reino português a disseminação de ideias e influências estrangeiras, não na sua mais preciosa colônia.
  
  O caráter dos jornais e folhetins da época era mais opinativo, ideológico e partidário do que propriamente informativo – o que é o caso do jornalismo moderno -, favorecido pelo clima do Brasil monárquico.
  
  A época da independência do Brasil (1821-1822) foi o período em que o país foi inundado com jornais de cunho ideológico, com cada um defendendo um ponto de vista a cerca do futuro da nação.
  
  Por volta de 1880, o jornalismo começa a ganhar um aspecto mais industrial e comercial. Como advento do capitalismo e da república, no Brasil, a informação passou a ser considerada um produto, que possui custo e lucro, e os leitores passaram a ser considerados consumidores.

   Outras características que o jornalismo e os jornais ganharam são o caráter objetivo e imparcial da informação, não por motivos ideológicos ou democráticos, mas sim por um maior alcance de público.
  
  A publicidade e o marketing passaram a ganhar cada vez mais espaço nos veículos de comunicação, sendo grande parte do lucro de jornais e revistas advindo desses espaços reservados para propaganda. Muitas vezes, esses locais podem ocupar um tamanho maior do que uma matéria de jornal e não é incomum, em uma revista, existir uma página inteira de propaganda.
  
  O design gráfico e editorial de um veículo - as melhores fotos, a disposição das matérias, as palavras escolhidas para compor o texto - é pensado nos parâmetros de mercado: o mais bonito e original vende mais. Não que a simplicidade e a clareza tenham sido descartadas, mas até mesmo esses critérios são pensados com objetivos visando o lucro.

  Não devemos pensar, entretanto, que com o capitalismo e a indústria, o jornalismo perdeu essa linha ideológica que marcou tanto o seu começo no início do século XIX. Há outras maneiras dos veículos de comunicação demonstrar a sua ideologia ou suas preferências partidárias de uma maneira não tão explicita quanto era feita antes.
  
  Entretanto, o jornalismo, apesar de sua veia capitalista, industrial e comercial, não deve ser considerado apenas como mais uma máquina de fazer dinheiro. O jornalismo, e o jornalista, ainda devem ser comprometidos com o seu objetivo primordial: o de divulgar os fatos e a verdade para os cidadãos.

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