Quando a peça Eles não usam black-tie, de Gianfrancesco Guarnieri, foi encenada pela primeira vez em 1958, era a primeira abordagem da realidade brasileira no cenário teatral daquele momento. A peça, cujo enredo mostrava a vida de um simples operário e suas relações com o espaço e as pessoas com quem convivia, debatia questões como a condição humana, a miserabilidade do homem operário daquele período.
A tentativa, nos anos 1960, de fazer uma revolução nacional-democrática ou socialista (o que o professor Marcelo Rindeti chamou de “brasilidade revolucionária”), que permitiria realizar mudanças do ponto de vista da nação. O grande problema, como afirmavam grupos trotskistas da época, era que o Brasil tinha ainda um vínculo muito forte com o latifúndio, ou seja, os grandes fazendeiros não iriam unir-se aos trabalhadores.
O contexto artístico brasileiro naquele tempo sofreu muitas mudanças. Com influências dos movimentos internacionais como a Nouvelle Vague, que inspirou o Cinema Novo. Com a peça de Guarnieri podemos ver que contexto social começava a ser abordado no teatro e no cinema. Na segunda metade dos anos 1960, o tema político começava a ser tratado nas produções como uma tentativa de revelar a situação política do país naquele período.
Em 1968, o Governo decretou o Ato Institucional número 5 como tentativa de frear a criatividade dos artistas, impondo de modo autoritário a censura nas artes em geral (inaugurando os “anos de chumbo” no país). Além da censura nas artes, tivemos as perseguições políticas.
Tivemos, no pós-1968, muitas mudanças no comportamento, nas práticas políticas, urbanas e na cultura, como o surgimento do movimento da Tropicália. Era a forma encontrada de manifestar a insatisfação com a repressão trazida pelo Regime Militar. A juventude daquele período formava-se devido à indústria cultural, o desejo de se rebelar era a principal característica.
