Na palestra da última quarta-feira (14), ministrada pelo
Doutor em Sociologia Marcelo Ridenti, muito se falou em revolução,
principalmente entre os anos 40 e 70, porém, quando se abriu o debate, ligou-se
à situação política atual do país e um questionamento foi criado: “Hoje, é
possível uma nova revolução?”. E a resposta foi: “A história está viva”.
Falando exclusivamente do governo petista (Lula/Dilma) dos
últimos 10 anos, ficou visível a melhoria da vida dos mais necessitados, porém,
para muitos, é um ‘governo de migalhas’. Visivelmente carente, o povo se rende
a programas como o ‘Bolsa Família’, que distribui R$ 32 por filho às famílias
miseráveis. Mas, e aí, se o povo achar isso pouco e cobrar escolas de qualidade
para alfabetizarem seus filhos e esses míseros 32 reais passar a ser uma ‘migalha’
para o povo?
Aí entra na discussão o tema das cotas nas universidades
federais... Para uns, esse lei é uma forma de mascarar um dos problemas mais
graves do Brasil, que é o péssimo ensino público nos níveis fundamental e
médio. Outros afirmam que, como a melhoria da educação básica pública é um
investimento em longo prazo, as cotas serviam para ‘democratizar’ conhecimento,
fazendo que os alunos que antes não conseguiam concorrer em igualdade devido às
condições de ensino, possam entrar na faculdade e lá se igualarem aos outros
50% vindos das escolas particulares. Além disso, famílias de classe média podem
passar a privilegiar as escolas públicas, produzindo uma demanda na melhoria do
ensino.
Mas, como o próprio palestrante citou, “a história está viva”,
e, com isso, sujeita a mudanças, que podem vir por meio de novas revoluções. Se
perguntarem a mim, partindo dessa realidade do povo se rebelar no Brasil, eu
acredito que não, pois eles ainda são muito despolitizados, mas pode acontecer.
E as cotas podem ajudar nisso. Estaria o governo dando um tiro no próprio pé?
