
Não é de hoje que a televisão exerce influência sobre as relações sociais entre os indivíduos. Desde a década de 60, quando a TV ganha destaque no cenário nacional, os comportamentos, as práticas políticas e a cultura do país vão se modificando. Tornando-se o principal veículo de difusão de informações e entretenimento, a televisão passa a construir identidades e impor valores.
Enquanto Avenida Brasil (2012) mobilizava a população por uma hora em frente à TV, o
Programa Silvio Santos (1968) tinha “conteúdo”
suficiente para prender a atenção do telespectador durante 6 horas dominicais (de fato, domingo é um dia tedioso). Filmes, telenovelas e programas de auditório
deixavam claro o contexto em que o país vivia. Foco no entretenimento. Dá-lhe
Circo! Nada de estudantes em imagens. O Brasil é lindo!
A censura quicava nos meios de
comunicação e, certamente, a programação das emissoras tivera de ser modificada
e com ela foi-se também a dignidade da televisão. Porém, entre suas brechas,
deliciosas metáforas eram construídas e, finalmente, captadas pelo público (Que
o digam as canções exibidas nos Festivais pela TV Record e os bordões do
Chacrinha.)
A televisão se tornou a banda que cantava coisas de amor e era
este nada menos que um modo de vida despreocupado e alheio ao senso crítico.
Firmou-se assim, apesar das poucas alterações durante os anos, uma Televisão
brasileira cheia de graça e besteira, formando espectadores bobos e “apaixonados”.