No final do século XIX, a
imprensa brasileira passou por profundas transformações, acompanhando as
mudanças mundiais. Era inaugurado o Jornalismo Moderno, com inovações
mecânicas, divisão do trabalho e racionalização de custos. Nesse momento, a
informação passa a ser tratada como produto e surge uma linha de produção.
Cena de Tempos Modernos, 1936
Se antes o jornalista
por si só decidia o que seria publicado e quando, agora ele cobre a pauta que
lhe é proposta. Isso dentro de uma Instituição, inserido numa hierarquia,
dentro um horário determinado. Agora ele
é um operário da informação. Nesse contexto de hierarquia-linha-de-produção, surge
o profissional especializado: uma pessoa faz a pauta, outra escreve a matéria,
outra edita, outra faz a diagramação. Aquela aura romântica do jornalista que
passeia pela cidade em busca de uma pauta é substituída pelo perfil industrial.
E atualmente, o
Jornalismo passa por outra transformação: com o advento da internet, das redes
sociais e das novas tecnologias, pessoas comuns podem virar notícia, podem
fazer um furo de reportagem. Em entrevista cedida às alunas do curso de
Comunicação Social da UFC, Isabella Miranda e Camila Holanda, Glauber Filho, que
é cineasta formado em Comunicação pela UFC e atual professor da Universidade de
Fortaleza, comentou o assunto: “por conta das novas
tecnologias, e sem perder o parâmetro para essa análise as redes sociais da
internet, onde você produz a informação, você produz conteúdo, você edita, você
filma. Você pode fazer tudo, inclusive o próprio Jornalismo sem precisar de uma
emissora, sem precisar estar num jornal, impresso ou revista.” Além disso, o professor destaca a latente ideia
da interdisciplinaridade e, por causa disso, afirma que os recém-formados devem
buscar conhecimentos em diversas áreas.
É comum vermos fatos
noticiados em blogs, por exemplo, e irmos confirmar a veracidade da notícia no
portal de um grande jornal (às vezes o próprio blogueiro faz esse link). Além
disso, é comum ouvirmos expressões como “aconteceu mesmo, saiu no jornal!”. Tais
costumes expressam a importância do papel do jornalismo bem produzido na
sociedade. E, por isso, o jornalista, nesse contexto das redes sociais, deve
reafirmar seu caráter de fonte de informação confiável, com credibilidade.



